terça-feira, outubro 26, 2004

Nas noites em que tenho o teu corpo

Nas noites em que tenho o teu corpo
Em quartos anónimos
E esqueço o mundo lá fora
Nas noites indistintas
Em que outro eu
Te procura e aplaca o desejo
Nos quartos quentes sem ar
Em que os nossos sons se juntam
Aos de um qualquer programa de TV
Em que sim é a única palavra
E o gosto salgado da tua pele fica em mim
Com o cheiro de nós
E o teu peso impresso em mim.
Sentes tu também o mesmo gosto de mim
Quando sais para as luzes da noite
Sentes as minhas mãos
Percorrerem o teu corpo satisfeito
Quando entras no carro cansado
Antes de seguires o teu caminho.
Não me digas em que pensas
Quando pensas em mim
Fá-lo com voracidade
Arrebata-me em cada encontro
Para que apenas sinta
Uma vez mais o teu corpo em mim.

Andrew Bell
(imagem inserida 07/01/2015)

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